segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

A região de ipiaú era habitada pelos índios Tapuias, quando surgiram os primeiros desbravadores,o termo tapuia era designado para todas as tribos indígenas que não falavam o idioma tupi.Os tapuias moravam na serra da preguiça que mais tarde se tornou projeto santa Rita,onde encontra-se atualmente uma empresa de mineração,atlantic nickel.

domingo, 8 de dezembro de 2019

Referências Bibliográficas

Oliveira, C. A. Trabalho e Vivências no Sul da Bahia. XXVII Simpósio Nacional de História. Natal, RN. 2013.
Silva, A. S.; Mendes S. R. Portal da Câmara Municipal de Ipiaú. Disponível em:<http://www.camara.ipiau.ba.io.org.br/historia>. Acesso em: 08 de dez de 2019.

PRIMEIRAS ELEIÇÕES APÓS A EMANCIPAÇÃO DE RIO NOVO (IPIAÚ).

Após a emancipação política de Rio Novo, em 1933, Antonio Augusto Sá, homem de ligações políticas com Juracy Magalhães, foi nomeado para o cargo de prefeito do recém constituído município. Essa escolha teve o propósito de estabelecer um reduto político do PSD (Partido Social Democrático) cuja maior referência política na Bahia era o então interventor, Juracy Magalhães. Aproximadamente em 1935, em substituição a Antônio Augusto de Sá, foi nomeado o Sr. José do Eirado, indicado por Alfredo Brito, Secretário de Saúde do Estado da Bahia. Este natural de Jaguaquara sofreu grande rejeição por parte dos políticos locais que almejavam ocupar o cargo.
Antônio Augusto Sá fundou, em 1934, o Partido Social Democrático no município de Rio Novo e graças à influência de Juracy Magalhães, em pouco tempo o PSD passa ter grande respaldo entre os munícipes. No cenário político local, o Partido Integralista também contava com grande número de simpatizantes. Em 1934, foi fundada em Rio Novo pelo engenheiro Antônio de Almeida Souza Filho, a Ação integralista Brasileira (AIB). Por último, existia também o Partido Rio Novo Altivo, esta agremiação política, de cunho bairrista[9], mantinha uma postura de oposição ao Parido Social Democrático, seus principais líderes eram Leonel Andrade e Aristóteles Andrade. Estes três partidos disputavam o espaço político no município, conseqüentemente organizavam suas estratégias para obterem vitória nas esperadas eleições, previstas para 15 de janeiro de 1936, onde seria eleito, pela primeira vez após a emancipação política do município, prefeito e vereadores.
Inicialmente, o partido favorito era o Rio Novo Altivo, isto porque possuía em sua legenda, Aristóteles Andrade e Leonel Dias Andrade, detentores de notório respaldo político no município. Entretanto, surge um fato que modificou o cenário político local:
Aristóteles Andrade rompe suas relações políticas e sociais com Leonel, passando a fazer parte do integralismo, que tão forte se tornara que cuidou de apresentar um candidato próprio para disputar o cargo de prefeito, com a adesão de Aristóteles Andrade às suas hostes, arrastaram consigo um grupo de correligionário seus, a facção ficara grandemente reforçada. E nenhum outro estaria em condições melhores do que a personalidade marcante de Aristóteles Andrade parecia ele, pois, um candidato de antemão vitorioso[nestas circunstâncias]. Leonel renega a oposição e adere ao governismo. [10]  
Sendo assim, Aristóteles e Leonel, de antigos aliados, passam a condição de antípodas políticos. O primeiro, defendendo a legenda do integralismo e o segundo o Partido Social Democrático, apoiado pelo governador Juracy Magalhães.
Com a perda de seu candidato natural, o Partido Rio Novo Altivo deixa de ser o favorito e entra em decadência perdendo espaço político no município. A disputa, que passa ser polarizada entre o Partido Social Democrático e o Partido Integralista, toma um caráter de extrema rivalidade causando alguns conflitos entre seus membros partidários.
 O ambiente tornara-se de tal modo tenso, que chegou a se esperar acontecimentos trágicos, como o possível assassinato de um dos candidatos, o que resultaria numa luta geral entre a população dividida entre dois partidos. [11]
Apurado os votos, as eleições tiveram os seguintes resultados: o candidato eleito foi Leonel Dias Andrade (PSD) com 542 votos; Aristóteles Andrade (Partido Integralista) teve 382 votos e Moisés Santos (Partido Rio Novo Altivo) obteve 10 votos. Nota-se, que, o fato de Juracy Magalhães ter apoiado seu correligionário do PSD não impediu que o candidato do Partido Integralista obtivesse expressiva votação. Entretanto, as disputas partidárias não se encerram com o fim das eleições. ( Texto retirado de: http://www.camara.ipiau.ba.io.org.br/historia)

IPIAÚ: ORIGEM E EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

                      
O Sertão da Ressaca, área compreendida entre a margem esquerda do rio Pardo e a direita do rio de Contas[1], começou a ser desbravado, em fins do século XVIII, através das atividades de João Gonçalves da Costa e seus descendentes. É a partir daí que serão produzidos os primeiros registros sobre o devassamento das terras onde atualmente está localizado o município de Ipiaú.
Era o Sertão da Ressaca um
[...] dos focos mais ativos de expansão de conquista de novas terras, graças à importância econômica da pecuária [...]. É a partir desse novo pólo econômico que vamos compreender o processo de devassamento da área que circunda Ilhéus e que, diferentemente do ocorrido com a grande maioria das vilas litorâneas, se iniciou a partir das terras interioranas ou dos sertões.[2]
São os caminhos do gado que definirão os primeiros contornos da região, durante os séculos XVIII e XIX, provocando um lento, mas crescente, povoamento, permitindo a integração com o litoral. Ressalta-se, entretanto, que esse processo de conquista das terras interioranas ocorre paralelamente ao extermínio físico e cultural dos índios, pois o desmantelamento dessas comunidades foi a condição sine qua non para a ocupação do território.  Era do interesse do governo português eliminar os empecilhos da conquista e isso significou, muitas vezes, eliminar índios e mata. No Sertão da Ressaca, de acordo com Souza[3], é João Gonçalves da Costa o principal responsável pelo aniquilamento das várias nações indígenas deixando ?transparecer ímpetos prazerosos da sua ação contra o aborígine ao dizer- ?me pulava o coração com o desejo de os conquistar.??[4]. Nessa área, além dos Aimorés, havia os Camacãs, Mongoiós[5] e os Pataxós, todos alvos de constantes ataques de João Gonçalves da Costa. Genericamente, estes referidos grupos indígenas ficaram conhecidos como Tapuias, por se tratarem de povos indígenas que não pertenciam ao tronco lingüístico Tupi-guarani.
Além das atividades promovidas pelos Gonçalves da Costa a partir do arraial da Conquista (hoje Vitória da Conquista), a fixação de José de Sá Bittencourt no latifúndio Borda da Mata, em 1808[6], também viabilizou o desbravamento e ocupação das terras do atual município de Ipiaú. Esse latifúndio se desmembrou em diversas fazendas, uma delas foi Fazenda Jequié que se desenvolveu e aumentou a sua importância.  Graças a sua posição geográfica, que a fez se constituir, já em fins do século XIX em um ponto de apoio aos viajantes, servindo também como porta de entrada para aqueles que objetivavam ocupar as áreas mais interioranas, como as localizadas onde atualmente está Ipiaú. É nesse período que será observado um aumento do trânsito de boiadeiros e tropeiros nas estradas que passavam pelo território do antigo latifúndio Borda da Mata. É esse fluxo, aliado às potencialidades de produção do local, que permitirá entender o povoamento regional. Muitos se fixaram em Jequié, no médio rio de Contas, outros seguiram o curso desse rio, instalando-se nas terras do baixo rio de Contas, na zona da mata e por toda a redondeza, em busca de melhores condições de vida e bons negócios. É principalmente através dessa via que poderá se entender o povoamento das terras do atual município de Ipiaú. E, esse processo de ocupação é consolidado com a implantação da lavoura cacaueira.
É notório nesse cenário, a ampliação das vias de comunicação e a ocupação de novas áreas, paralelo ao aumento da demanda por mercadorias e também da necessidade de viabilizar novas formas para escoar produção. Era necessário organizar meios que permitissem promover a comunicação entre os locais, integrando-os econômica e geograficamente. Nesse contexto as atividades relacionadas ao tropeirismo se tornaram urgentes e concomitantes ao desenvolvimento regional, sendo observado um aumento do fluxo de tropeiros paralelo a ampliação dos caminhos e vias secundárias. O tropeiro abastecia as vilas, povoados e lugarejos com mercadorias mais variadas, desde as utilizadas no abastecimento (carne, farinha, arroz, feijão, oléo) como também para o uso geral (ferramentas), bem como produtos importados (tecidos). ?A intensidade das trocas proporcionavam uma integração comercial entre regiões anteriormente privadas desse intercâmbio, possibilitando a diminuição das distâncias, características de áreas com povoamento disperso?.[7] Assim, os caminhos dos tropeiros viabilizaram completar o processo de ocupação das atuais terras de Ipiaú, principalmente a partir da implantação da lavoura cacaueira, no fim do século XIX.
Já no início do século XX, em função da expansão da lavoura cacaueira, no território atual de Ipiaú passa a existir vários núcleo populacionais, sobretudo próximo às margens do rio de contas fazendo surgir arruados que foram conhecidos por vários nomes. Um deles foi Rapatição, denominação com várias hipóteses para o seu significado. Segundo enciclopédia dos municípios, a origem do nome foi devido a uma briga entre duas mulheres, na qual uma utilizou contra outra um pedaço de madeira em brasa (tição).[8] Outra explicação é que o nome advém duma corruptela do termo repartição, posto de arrecadação tributária, instalado no local em 1926. Justifica-se ainda que o nome seja uma alusão a arma repetição utilizada na região para caça e defesa pessoal.
Outros nomes utilizados para se referir aos núcleos populacionais, que formaram a cidade de Ipiaú, foram Encruzilhada do Sul, em referência a fazenda Encruzilhada do Sul de propriedade do comerciante Italiano o Sr. José Miraglia. Havia também neste local um arruado conhecido por Fuá.
Esta designação [FUÁ] refletia a desordem local causada pelo jogo, mulherio e bebida alcoólica. Também apelidada de Empata Viagem e Quebra Viola, retardava os viajantes que passam nestas paragens e era ponto de constantes brigas. Presume-se tratar uma contradição de nomes diferentes, para a atual Ipiaú, numa mesma época. Porém, não devemos incorrer no equívoco em imaginar tal localidade com base numa estrutura de cidade ou vila.
Todos esses nomes eram utilizados paralelamente, dependendo do lugar que se tomava por referência. Esclarecemos que, nesta época, não estava constituída a cidade. O que havia eram vários pontos de aglomerações demográficas. Apenas, em 1916 o local, distrito de Camamu, foi oficialmente denominado Alfredo Martins. Em 1930, quando foi elevado à categoria de sub-prefeitura, passando a ser chamado Rio Novo. Somente em 1943, existindo outro município, com o mesmo nome, a denominação Rio Novo foi substituída por Ipiaú, que na língua tupi significa Rio Novo.
O desenvolvimento econômico do local levou os seus moradores a reivindicar a emancipação política da distante cidade de Camamu. Nesse processo de luta emancipacionista ocorreu a elevação à categoria de sub-prefeitura (ainda anexada a Camamu) e, posteriormente a sua desanexação de Camamu e vinculação, ainda na categoria de sub-prefeitura, a Jequié, almejando viabilizar o desenvolvimento do local pela proximidade com a sede. Finalmente, durante a gestão do interventor Juracy Magalhães, através da lei estadual 8.725, de 2 de dezembro 1933, Rio Novo é desmembrado de Jequié passando a categoria de município. A campanha de emancipação política de Rio Novo, tão pretendida pelos moradores locais, contou com o apoio do Secretário de Saúde do Estado da Bahia, Alfredo Brito, que possuía propriedades rurais nesta região. (Texto retirado de: http://www.camara.ipiau.ba.io.org.br/historia).

Introdução a Ipiaú

Ipiaú, em especial, é conhecida pelos seus jovens moradores, basicamente, através das fontes oficiais. Isto, em função da inexistência de produções historiográficas tendo Ipiaú como cenário (Oliveira, 2013). A vista disso, neste post irei bibliografar conteúdos acerca da história do município de Ipiaú.
Vista aérea de Ipiaú (BA)
Fonte:https://io.org.br/